sábado, 17 de maio de 2014

Sonata Arctica: Tony Kakko fala sobre Pariah’s Child, lobos e inverno


Por Vinicius Mojo

Tony Kakko (SONATA ARCTICA) concedeu entrevista site asiático Metal Wani’s Writer durante a divulgação do novo álbum do Sonata Arctica, "Pariah’s Child", lançado em março pela  Nuclear Blast. O vocalista conversou sobre o último disco, o direcionamento musical da banda, Northern Kings e o seu gosto por lobos e inverno. Confira:

Metal Wani’s Writer - Os teclados sempre foram importantes ao Sonata Arctica e neste novo álbum, "Pariah’s Child", destacam-se bastante. Houve alguma razão especial para realçá-los tanto?
Tony Kakko - Os teclados estão ligados ao nosso lado power metal, que é mais notório neste álbum em relação ao que fizemos nos últimos anos. Acho que esta é a razão. Eu não pensei nisso antes.

M.W.W. - Na história do Sonata Arctica cada álbum traz um sentimento único. "Pariah’s Child" tem um sentimento mais animado e divertido, especialmente em canções como "Cloud Factory". O que foi decisivo à tonalidade do álbum?
T.K. - Escrevi um álbum cheio de canções para, em seguida, ver aonde elas nos conduziam. Isso nos estágios iniciais de produção, que eu tinha tempo para reescrever todo o álbum caso fosse necessário. É assim que começa. Depois, uma música pode mudar tudo. Como em "The Wolves Die Young”. Nós amamos essa faixa e queríamos levar o álbum nessa direção mais otimista. Então, reescrevemos algumas músicas e chegamos a coisas completamente novas.
Consequentemente, já tenho algumas músicas prontas à outra aventura. Estava claro durante a turnê de "Stones Grow Her Name", que precisávamos animar um pouco as coisas. Apesar desta ideia, as demos que preparei no verão passado não tinham o direcionamento de "Cloud Factory", a qual é uma música muito antiga. Eu toquei a demo para os caras nas sessões de ensaio de "Stones Grow Her Name", mas decidimos retirá-la do set.

M.W.W. - Na canção "Larger Than Life" há bastante influência de Queen. O que te inspirou para escrever uma canção que lembra um hino do rock?
T.K. - Simplesmente aconteceu. Numa manhã, comecei a brincar com samples orquestrais e, logo depois, tinha prontas a introdução e alguns dos temas. Estava claro que esta se chamaria "Larger than Life" e seria uma canção longa, encerrando o álbum. Consegui escrevê-la a tempo. O Queen desempenhou papel importantíssimo no meu crescimento musical, uma vez que foi a primeira banda que me tornei fã. Portanto, é natural que a influência deles em muitas das coisas que componho.

M.W.W. - Suas letras sempre foram baseadas na realidade, tratando de questões do mundo real, ao invés de temas ficcionais como outras bandas. Você retrata a sua própria vida, ou lida com questões do mundo ao redor?
T.K. - Minhas músicas não são escritas feito um diário. São somente canções inspiradas por questões cotidianas como as relações humanas. Sempre considerei importante que as pessoas se relacionem com as letras que escrevo. Porém, não em todas elas. Às vezes coloco pequenos detalhes da minha própria vida, como por exemplo, recordações de pessoas que não estão conosco. Eu seria um homem miserável se todas estas músicas fossem sobre mim. Além disso, estaria na cadeia, morto, completamente louco e internado [risos].

M.W.W. - Comumente, na história do Sonata Arctica, aparecem duas coisas: lobos e inverno. Por que esses dois temas significam tanto para você?
T.K. - O inverno é minha estação favorita e eu gosto de cães. As pessoas associam lobos às regiões árticas, neve e frio. Sendo assim, estes dois caminham bem juntos. Acho que tudo começou a partir de nosso nome, Sonata Arctica. Comecei a escrever músicas em que os lobos eram os personagens principais e relacioná-los à nossa imagem visual. A natureza ártica com todos os seus elementos e o Sonata Arctica formam um bom pacote.

M.W.W. - Como você vê a sua música influenciando novas gerações que tentam imitá-lo como vocalista ou musicalmente pelo Sonata Arctica?
T.K. - Eu acho ótimo! Todos nós temos heróis que admiramos e seguimos. É uma boa maneira de aprender. Primeiro copiar ou tentar fazer o que as bandas e artistas mais velhos têm feito e, depois, adicionar o seu tempero e encontrar a identidade própria. Não sei o quanto temos influenciado as bandas jovens, mas tenho certeza que existem alguns. Especialmente o material antigo. Já ouvi algumas bandas que fazem rigorosamente a mesma coisa que fizemos no passado. É legal, eu curto. Acho que, ao inspirar um garoto a pegar um instrumento em vez de um controle de videogame, estou fazendo do mundo um lugar melhor. Música em qualquer de suas formas, é um presente maravilhoso para entregar aos jovens.

M.W.W. - O quanto te afeta aqueles fãs que criticam o afastamento da banda em relação ao Sonata Arctica "clássico" dos primeiros álbuns?
T.K. - Não afeta nem um pouco. Primeiramente eu compondo para mim. Às vezes temos que dar um passo atrás para andar uma milha à frente. Preciso explorar a música que há em mim. Caso contrário, estaria me colocando para baixo. É triste se isso irrita alguns fãs, mas, também, fará outras pessoas felizes e, principalmente, eu. Às vezes, me sinto um pouco egoísta, mas é um mundo livre e qualquer pessoa pode começar a fazer isso! A música é um grande passatempo. Mas não sei se devo ou não recomendá-la como uma profissão.

M.W.W. - Qual é o estado atual do Northern Kings? Podemos esperar um novo álbum em breve ou não?
T.K.  - Os Reis estão numa cruzada em algum lugar distante e não tenho ideia quando voltarão. Este projeto Raskasta Joulua (Heavy Christmas), que temos na Finlândia, exige bastante tempo e energia do grupo. Evidentemente, temos nossas próprias bandas que são a prioridade. Mas não enterramos o Northern Kings! Apenas precisamos pensar o que devemos fazer e para onde queremos ir. Gravamos somente músicas covers e, no próximo, podemos lançar algo original. Não faço ideia do que poderíamos fazer. Mas temos vontade.

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